domingo, 10 de abril de 2011

Amizade




Tenho amigas de praticamente todas as idades, dos 18 aos 80 anos! Amigas que conheço desde a infância e que agora conheço seus filhos, recém-nascidos e os que já começaram a ir para a escola. Mas nesse tempo todo, na minha ‘idade’, comecei um novo círculo de amizades, digamos um novo formato, como as modernas formas de se ouvir música (mp3, mp4, iPod, cd, LP, etc.).
O meu novo formato de amizade, o mais moderno, é o de ‘amiga-mãe’. Sim, já tenho quase idade para ser mãe de marmanjas de 18 – 20 anos! E o pior, também posso até ser avó!
Desesperador? Não! Com certeza não, pois eu não tenho filhas nessa idade e muito menos netos. Tenho AMIGAS que me consideram uma espécie de “2ª mãe” e me amam dessa forma. Mas, o problema é que encarando tal papel me pego pensando preocupada com os problemas de minhas ‘filhas’ de consideração. É namorado que enrola que some, não dá certeza. É paquera que foge, não se decide. É família que não apóia, não incentiva, não dá carinho (claro, dentro da perspectiva do que elas me contam!).
É a dura vida de ser mãe tão nova, ter sonhos cortados ao meio e um futuro mais que incerto e agora a dois, pois antes era apenas uma pessoa sonhando, agora são duas lutando, tendo que enfrentar a dura realidade da vida. Não é fácil ser mãe, mas ser mãe-amiga por consideração chega a ser bem pior!
Ontem fiquei horas tentando aconselhar uma das filhas pelo MSN. Dá vontade mesmo de pegar no colo e dizer que tudo vai dar certo no final, mas a gente tem que colocar os pés no chão e também dizer que nada é fácil, como se ela já não soubesse, já passou pela dor do parto e eu não! Mas, o que dizer nessas horas? Na verdade, precisamos mesmo dizer alguma coisa? Ou será que apenas ouvir já ajuda? Dar bronca? Manter a calma? Ou fingir que o mundo é cor de rosa e rir da situação? Eu confesso que me senti meio perdida, meio decepcionada por não fazer mais, mas ao mesmo tempo eu fiquei pensando: De que adianta me preocupar tanto?  Que diferença isso vai fazer se ela mora em outra cidade, bem longe de mim e afinal de contas, nem sou sua MÃE?!
É meio cruel eu acho, mas é a minha dura realidade. Quem dera poder abraçar essa pessoa e colocar no colo e todos os problemas se dissolverem. O que mais posso fazer se não torcer por ela e para que melhore. Apoiar e dar meus conselhos, os mais possíveis para que ela mesma consiga se ajudar, mais que isso ninguém pode fazer, nem mesmo com todo amor de mãe (postiça) do mundo!! 

Por Luciane de Quadros

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