quinta-feira, 28 de abril de 2011

Arnaldo Jabor

Jane Fonda - "Barbarella"


Outro dia, a Adriane Galisteu deu uma entrevista dizendo que os homens não querem namorar as mulheres que são símbolos sexuais. É isto mesmo.
Quem ousa namorar a Feiticeira ou a Tiazinha?
As mulheres não são mais para amar; nem para casar. São para "ver".
Que nos prometem elas, com suas formas perfeitas por anabolizantes e silicones?
Prometem-nos um prazer impossível, um orgasmo metafísico, para o qual os homens não estão preparados...
As mulheres dançam frenéticas na TV, com bundas cada vez mais malhadas, com seios imensos, girando em cima de garrafas, enquanto os pênis-espectadores se sentem apavorados e murchos diante de tanta gostosura.
Os machos estão com medo das "mulheres-liquidificador".
O modelo da mulher de hoje, que nossas filhas ou irmãs almejam ser (meu Deus!), é a prostituta transcendental, a mulher-robô, a "Valentina", a "Barbarela", a máquina-de-prazer sem alma, turbinas de amor com um hiperatômico tesão.
Que parceiros estão sendo criados para estas pós-mulheres? Não os há.
Os "malhados", os "turbinados" geralmente são bofes-gay, filhos do mesmo narcisismo de mercado que as criou.
Ou, então, reprodutores como o Zafir, para o Robô-Xuxa.
A atual "revolução da vulgaridade", regada a pagode, parece "libertar" as mulheres.
Ilusão à toa.
A "libertação da mulher" numa sociedade escravista como a nossa deu nisso: Superobjetos. Se achando livres, mas aprisionadas numa exterioridade corporal que apenas esconde pobres meninas famintas de amor, carinho e dinheiro.
São escravas aparentemente alforriadas numa grande senzala sem grades.
Mas, diante delas, o homem normal tem medo.
Elas são "areia demais para qualquer caminhãozinho".
Por outro lado, o sistema que as criou enfraquece os homens.
Eles vivem nervosos e fragilizados com seus pintinhos trêmulos, decadentes, a meia-bomba, ejaculando precocemente, puxando sacos, lambendo botas, engolindo sapos, sem o antigo charme "jamesbondiano" dos anos 60.
Não há mais o grande "conquistador".
Temos apenas os "fazendeiros de bundas" como o Huck, enquanto a maioria virou uma multidão de voyeur, babando por deusas impossíveis.
Ah, que saudades dos tempos das bundinhas e peitinhos "normais" e "disponíveis"...
Pois bem, com certeza a televisão tem criado "sonhos de consumo" descritos tão bem pela língua ferrenha do Jabor (eu).
Mas ainda existem mulheres de verdade.
Mulheres que sabem se valorizar e valorizar o que tem "dentro de casa", o seu trabalho.
E, acima de tudo, mulheres com quem se possa discutir um gosto pela música, pela cultura, pela família, sem medo de parecer um "chato" ou um "cara metido a intelectual".
Mulheres que sabem valorizar uma simples atitude, rara nos homens de hoje, como abrir a porta do carro para elas.
Mulheres que adoram receber cartas, bilhetinhos (ou e-mails) românticos!!
Escutar no som do carro, aquela fitinha velha dos Beegees ou um cd do Kenny G (parece meio breguinha)...mas é tão boooom namorar escutando estas musiquinhas tranquilas!!!
Penso que hoje, num encontro de um "Turbinado" com uma "Saradona" o papo deve ser do tipo:
-"meu"... o meu professor falou que posso disputar o Iron Man que vou ganhar fácil!."
-"Ah "meu"..o meu personal Trainner disse que estou com os glúteos bem em forma e que nunca vou precisar de plástica". E a música???
Só se for o "último sucesso (????)" dos Travessos ou "Chama-chuva..." e o "Vai serginho"???...
Mulheres do meu Brasil Varonil!!! Não deixem que criem estereótipos!!
Não comprem o cinto de modelar da Feiticeira. A mulher brasileira é linda por natureza!!
Curta seu corpo de acordo com sua idade, silicone é coisa de americana que não possui a felicidade de ter um corpo esculpido por Deus e bonito por natureza. E se os seus namorados e maridos pedirem para vocês "malharem" e ficarem iguais à Feiticeira, fiquem... igual a feiticeira dos seriados de Tv: Façam-os sumirem da sua vida!

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Pós-Cirurgia


Companheiras no último mês!

Depois de quase um mês de molho em casa, em função da cirurgia no joelho (artroscopia), eu já estou de ‘saco cheio’! Morrendo de saudade de todos os amigos da faculdade, sair e respirar um pouco do ar das ruas,  ver movimento, conversar e me sentir útil! Sinto-me meio culpada por ficar aqui parada. Mas, que culpa tenho de ter que me recuperar de uma cirurgia afinal de contas? Na verdade, me sinto culpada, mas ao mesmo tempo feliz por estar me recuperando e não de molho por estar mal, como aconteceu ano passado diversas vezes. Que se danem as aulas perdidas e provas... E daí se terei que fazer 2ª chamada em todas as matérias? E daí se tenho visto toda a programação da NET? O jeito é relaxar e aproveitar...afinal, a moleza tá acabando, logo eu volto a rotina e daí vou sentir saudade dos dias de ‘molho’.
Por Luciane de Quadros

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Mário Quintana



O TEMPO
A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.
Mário Quintana

sábado, 16 de abril de 2011

Post 16 - Uma imagem de algum lugar que quero conhecer e por que



É esse lugar maravilhoso que quero conhecer : Itália!
Desde criança eu aprendi a gostar de música italiana, com o passar do tempo comecei a gostar cada vez mais da cultura italiana, idioma e via os lugares lindos que só existem lá através de filmes que via na TV . Muito romance, músicas lindas, casais apaixonados...enfim, tudo lindo e apaixonante! 
Um dia ainda irei pra Itália, me aguarde! Prometo enviar cartões postais! =)

Post 15 - Primeiras 10 canções que tocam (seja no mp4, computador...)



Essa é difícil... =)
Eu simplesmente adoro música e não faço idéia de quantas tem no meu PC...nem sei ao certo quantos CDs eu tenho...mas acredite, são muitos! 

Vou tentar, mas eu tenho fases... 
Vou colocar a atual e começarei a listar em ordem decrescente, ok? Lá vai:

10- Lady Gaga “Alejandro”
09- Madonna “Give it to me”
08- Ultra Nate “Free”
07- Kiss “We are one”
06- Mina “Amor mio”
05- Sade “Nothing can come between us”
04- Shane Ward “No promisses”
03- Janelle Monae ”Cold War”
02- Ana Carolina “Pra rua me levar”
01- Patricia Kass “Il me dit que je suis belle”

Post 13 - Uma carta para alguém que me machucou recentemente



Curitiba, 16 de abril de 2011.

Oi, tudo bem? Espero que esteja muito bem!
Por aqui tudo na mesma, continuo me recuperando da cirurgia, um pouco de dor e incômodo, mas estou muito feliz! Bem, você deve estar se perguntando qual o motivo de eu estar te escrevendo uma carta, afinal de contas temos outros meios de nos corresponder e nos vemos diariamente! O fato é que de qualquer forma eu poderia te dizer o que quero, mas uma carta sempre faz parecer mais formal, mais sério, mais contundente, sei lá! Bom, eu estou te escrevendo esta carta para falar de algo que aconteceu há um tempo já. Na época, eu estava tão atordoada com coisas e problemas a resolver que apenas fiquei chateada, magoada, mas não tive sequer vontade de mover um dedo e dizer o que de fato eu estava sentindo. Talvez porque na verdade eu não sabia muito bem o que dizer, ou tinha medo de magoar você. Enfim, aquilo que você disse naquela noite, foi tão constrangedor pra mim e tão insensível! Eu tinha passado por maus bocados durante aquele período e ouvi algo assim de alguém que considero tanto e tenho tanto carinho, me magoou muito! Eu não fiquei com raiva, nem fiquei triste, nem tive vontade de cortar relações. Fiquei dias e dias pensando ‘pq as pessoas que estão mais próximas e sabem como estão nossas vidas nos magoam assim?’ – se são essas pessoas que deviam ser as primeiras a nos apoiar, não criticar, julgar  e magoar?!
Eu bem que pensei em me afastar e teria mil motivos pra isso! Mas, deixei pra lá, uma coisa eu decidi durante as férias de janeiro: vou passar a cuidar mais de mim e parar de dar tanto valor ao que os outros dizem/pensam sobre minha vida,  sobre mim.
É isso! Só queria que você soubesse...

Luciane.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Zíbia Gasparetto


Viver uma verdadeira experiência amorosa é um dos maiores prazeres da vida. Gostar é sentir com a alma, mas expressar os sentimentos depende das idéias de cada um. Condicionamos o amor às nossas necessidades neuróticas e acabamos com ele. Vivemos uma vida tentando fazer com que os outros se responsabilizem pelas nossas necessidades enquanto nós nos abandonamos irresponsavelmente.

Queremos ser amados e não nos amamos, queremos ser compreendidos e não nos compreendemos, queremos o apoio dos outros e damos o nosso a eles. Quando nos abandonamos, queremos achar alguém que venha a preencher o buraco que nós cavamos. A insatisfação, o vazio interior se transformam na busca contínua de novos relacionamentos, cujos resultados frustrantes se repetirão.


Cada um é o único responsável pelas suas próprias necessidades. Só quem se ama pode encontrar em sua vida Um Amor de Verdade

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Beijo faz bem à saúde e ao coração



Como já disse um poeta, “beijo não mata a fome mas abre o apetite”. O ato de beijar além de ser muito bom ainda faz bem à saúde. O beijo é tão importante para a cultura Ocidental que até ganhou uma data comemorativa: 13 de abril.  Muitos beijos, neste dia!
O beijo ativa centros de prazer do hipotálamo e também aumenta a produção de beta-endorfinas, além de relaxar os músculos ainda promove a ativação do sistema vascular.
Depois do sexo, a prática sexual preferida dos brasileiros é o beijo na boca. Os homens valorizam mais o beijo do que as mulheres. O beijo ultrapassa a teoria de que quem beija bem tem 90% de chances de conquistar a pessoa beijada, beijar é uma excelente terapia, o beijo movimenta 39 músculos e elimina cerca 12 a 15 calorias por beijos de duração de um minuto.
A ciência já comprovou os benefícios do beijo, a psicologia também. Mas é preciso tomar cuidado para não fazer dele um ato mecânico que só serve para satisfazer um impulso sexual momentâneo. Beijar não só ativa os músculos e libera hormônios, mas afeta diretamente os sentimentos.
Alguns dos principais tipos de beijo:
- Erótico: este tipo de beijo pode ser dado em todas as áreas erógenas que o casal permitir. A pressão e o esfregar com os lábios fechados, com a boca aberta, movimentando a língua;
- Francês: um beijo muito conhecido, ou seja,o tradicional beijo de língua. Elas se procuram e se acariciam. Este é o beijo mais comum e o que as pessoas mais gostam.
- Água com açúcar: sob o ponto de vista do macho, o homem se apodera da mulher, de uma forma devoradora, e ela se rende passivamente
- Amizade: é um essencial terapêutico, podendo devolver esperança, fé, confiança e serenidade.
- Romântico: este beijo representa o sentimento de admiração de um pelo outro, como a relação de dádiva e oferenda.
- Tântrico: neste beijo, o leito é o templo do amor e permite uma maior integração física e conexão energética.

13/4/2011 12:07,  Redação Correio do Brasil

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Frase da semana!

 
“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”
Amyr Klink

domingo, 10 de abril de 2011

Amizade




Tenho amigas de praticamente todas as idades, dos 18 aos 80 anos! Amigas que conheço desde a infância e que agora conheço seus filhos, recém-nascidos e os que já começaram a ir para a escola. Mas nesse tempo todo, na minha ‘idade’, comecei um novo círculo de amizades, digamos um novo formato, como as modernas formas de se ouvir música (mp3, mp4, iPod, cd, LP, etc.).
O meu novo formato de amizade, o mais moderno, é o de ‘amiga-mãe’. Sim, já tenho quase idade para ser mãe de marmanjas de 18 – 20 anos! E o pior, também posso até ser avó!
Desesperador? Não! Com certeza não, pois eu não tenho filhas nessa idade e muito menos netos. Tenho AMIGAS que me consideram uma espécie de “2ª mãe” e me amam dessa forma. Mas, o problema é que encarando tal papel me pego pensando preocupada com os problemas de minhas ‘filhas’ de consideração. É namorado que enrola que some, não dá certeza. É paquera que foge, não se decide. É família que não apóia, não incentiva, não dá carinho (claro, dentro da perspectiva do que elas me contam!).
É a dura vida de ser mãe tão nova, ter sonhos cortados ao meio e um futuro mais que incerto e agora a dois, pois antes era apenas uma pessoa sonhando, agora são duas lutando, tendo que enfrentar a dura realidade da vida. Não é fácil ser mãe, mas ser mãe-amiga por consideração chega a ser bem pior!
Ontem fiquei horas tentando aconselhar uma das filhas pelo MSN. Dá vontade mesmo de pegar no colo e dizer que tudo vai dar certo no final, mas a gente tem que colocar os pés no chão e também dizer que nada é fácil, como se ela já não soubesse, já passou pela dor do parto e eu não! Mas, o que dizer nessas horas? Na verdade, precisamos mesmo dizer alguma coisa? Ou será que apenas ouvir já ajuda? Dar bronca? Manter a calma? Ou fingir que o mundo é cor de rosa e rir da situação? Eu confesso que me senti meio perdida, meio decepcionada por não fazer mais, mas ao mesmo tempo eu fiquei pensando: De que adianta me preocupar tanto?  Que diferença isso vai fazer se ela mora em outra cidade, bem longe de mim e afinal de contas, nem sou sua MÃE?!
É meio cruel eu acho, mas é a minha dura realidade. Quem dera poder abraçar essa pessoa e colocar no colo e todos os problemas se dissolverem. O que mais posso fazer se não torcer por ela e para que melhore. Apoiar e dar meus conselhos, os mais possíveis para que ela mesma consiga se ajudar, mais que isso ninguém pode fazer, nem mesmo com todo amor de mãe (postiça) do mundo!! 

Por Luciane de Quadros

Martha Medeiros V


Pode invadir ou chegar com delicadeza, mas não tão devagar que me faça dormir. Não grite comigo, tenho o péssimo hábito de revidar.

Acordo pela manhã com ótimo humor mas ... permita que eu escove os dentes primeiro.


Toque muito em mim, principalmente nos cabelos e minta sobre minha nocauteante beleza. Tenho vida própria, me faça sentir saudades, conte algumas coisas que me façam rir, mas não conte piadas e nem seja preconceituoso, não perca tempo, cultivando este tipo de herança de seus pais.


Viaje antes de me conhecer, sofra antes de mim para reconhecer-me um porto, um albergue da juventude. Eu saio em conta, você não gastará muito comigo.


Acredite nas verdades que digo e também nas mentiras, elas serão raras e sempre por uma boa causa.


Respeite meu choro, me deixe sózinha, só volte quando eu chamar e, não me obedeça sempre que eu também gosto de ser contrariada. ( Então fique comigo quando eu chorar, combinado?).


Seja mais forte que eu e menos altruísta! Não se vista tão bem... gosto de camisa para fora da calça, gosto de braços, gosto de pernas e muito de pescoço. Reverenciarei tudo em você que estiver a meu gosto: boca, cabelos, os pelos do peito e um joelho esfolado, você tem que se esfolar as vezes, mesmo na sua idade.


Leia, escolha seus próprios livros, releia-os. Odeie a vida doméstica e os agitos noturnos. Seja um pouco caseiro e um pouco da vida, não de boate que isto é coisa de gente triste.


Não seja escravo da televisão, nem xiita contra. Nem escravo meu, nem filho meu, nem meu pai. Escolha um papel para você que ainda não tenha sido preenchido e o invente muitas vezes.


Me enlouqueça uma vez por mês mas, me faça uma louca boa, uma louca que ache graça em tudo que rime com louca: loba, boba, rouca, boca ...


Goste de música e de sexo. goste de um esporte não muito banal. Não invente de querer muitos filhos, me carregar pra a missa, apresentar sua familia... isso a gente vê depois ... se calhar ...


Deixa eu dirigir o seu carro, que você adora. Quero ver você nervoso, inquieto, olhe para outras mulheres, tenha amigos e digam muitas bobagens juntos. Não me conte seus segredos ... me faça massagem nas costas. Não fume, beba, chore, eleja algumas contravenções.


Me rapte! Se nada disso funcionar ... experimente me amar!

Martha Medeiros lV


Arroz, feijão, bife, ovo. Isso nós temos no prato, é a fonte de energia que nos faz levantar de manhã e sair para trabalhar. Nossa meta primeira é a sobrevivência do corpo. Mas como anda a dieta da alma?

Outro dia, no meio da tarde, senti uma fome me revirando por dentro. Uma fome que me deixou melancólica. Me dei conta de que estava indo pouco ao cinema, conversando pouco com as pessoas, e senti uma abstinência de viajar que me deixou até meio tonta. Minha geladeira, afortunadamente, está cheia, e ando até um pouco acima do meu peso ideal, mas me senti desnutrida. Você já se sentiu assim também, precisando se alimentar?


Revista, jornal, internet, isso tudo nos informa, nos situa no mundo, mas não sacia. A informação entra dentro da casa da gente em doses cavalares e nos encontra passivos, a gente apenas seleciona o que nos interessa e despreza o resto, e nem levantamos da cadeira neste processo. Para alimentar a alma, é obrigatório sair de casa. Sair à caça. Perseguir.


Se não há silêncio a sua volta, cace o silêncio onde ele se esconde, pegue uma estradinha de terra batida, visite um sítio, uma cachoeira, ou vá para a beira da praia, o litoral é bonito nesta época, tem uma luz diferente, o mar parece maior, há menos gente.


Cace o afeto, procure quem você gosta de verdade, tire férias de rancores e mágoas, abrace forte, sorria, permita que lhe cacem também.


Cace a liberdade que anda tão rara, liberdade de pensamento, de atitudes, vá ao encontro de tudo que não tem regras, patrulha, horários. Cace o amanhã, o novo, o que ainda não foi contaminado por críticas, modismos, conceitos, vá atrás do que é surpreendente, o que se expande na sua frente, o que lhe provoca prazer de olhar, sentir, sorver. Entre numa galeria de arte. Vá assistir a um filme de um diretor que não conhece. Olhe para sua cidade com olhos de estrangeiro, como se você fosse um turista. Abra portas. E páginas.


Arroz, feijão, bife, ovo. Isso me mantém de pé, mas não acaba com meu cansaço diante de uma vida que, se eu me descuido, torna-se repetitiva, monótona, entediante. Mas nada de descuido. Vou me entupir de calorias na alma. Há fartas sugestões no cardápio. Quero engordar no lugar certo. O ritmo dos dias é tão intenso que às vezes a gente esquece de se alimentar direito.